Adolescente revela que "desequilíbrio" acionou arma que matou amiga em Cuiabá
B.C. relatou que episódio foi uma tragédia e que vítima era sua melhor amiga
AMANDA DIVINA
Da Redação
A adolescente B.C., envolvida na morte de Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, no condomínio de luxo, em Cuiabá, no último domingo (12) disse à Polícia Civil nessa terça (14) que o disparo ocorreu de forma acidental, enquanto ela guardava uma pistola 380 a pedido do pai, o empresário Marcelo Martins Cestari, de 46 anos, que é atirador esportivo. Contudo, a menina, que tem a mesma idade de Isabele, admitiu que “pode ter acionado” o gatilho da arma.
Seu depoimento durou cerca de três horas na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Logo depois, a menina afirmou novamente que o corrido foi um acidente, ao tentar guardar o case com as armas, que teriam sido levadas por um namorado de 16 anos.
B.C. falou que a amiga esteve em sua casa durante toda a tarde de domingo, até o período da noite. A arma foi levada por seu namorado - um garoto de 16 anos -, que chegou a mostrá-la a seu pai.
À noite, o rapaz pediu para deixar a arma na residência do sogro, pois estava com medo de ser parado em uma blitz. O empresário aceitou.
O "case" com a arma ficou no braço do sofá. Pouco depois, o pai pediu para ela levar a arma em seu quarto, para guardá-la.
Neste momento, a garota Isabele subiu às escadas e foi em direção ao quarto da amiga. B.C, então, decidiu segui-la, com o case com a arma na mão.
"Nesse momento a declarante observou que a [amiga] tinha acabado de subir a escada, indo em direção ao seu quarto; que a declarante pegou o case e subiu atrás dela, com o intuito de saber o que ela iria fazer no seu quarto; que ao chegar ao quarto, a declarante chamou pela amiga, não obtendo resposta, constatando que ela estaria no banheiro".
B.C. contou que a jovem foi para o banheiro do quarto e não respondeu aos seus chamados. Em determinado momento, decidiu bater na porta do banheiro e o case saiu, liberando uma das armas.
Ela então, pegou a arma com uma mão e segurava o case com a outra. "Que em decorrência disso, sentiu um certo desequilíbrio ao segurar o case com uma mão, ainda contendo uma arma, e a outra arma na mão direita, gerando o reflexo de colocar uma arma sobre a outra, buscando estabilidade, já em pé. Neste momento houve o disparo", revelou.
Foi quando ela admitiu que pode ter apertado o gatilho e lamentou o fato do tiro ter atingido sua melhor amiga. "Que perguntado à declarante se lembra se acionou o gatilho da arma quando a pegou do chão, afirma que não se recorda, mas acredita que possa ter apertado; que tem toda a intenção de esclarecer os fatos e auxiliar na elucidação, que o disparo foi acidental e que nunca houve e nem poderia conceber tirar a vida da sua amiga, que o fato ocorrido foi trágico acidente”, assinalou.
Na sequência, a garota gritou e contou ter fechado os olhos. Em seguida, o pai dela, a mãe, os irmãos e um amigo chegaram para prestar socorro à vítima.
O pai dela, Marcelo Cestari, chamou o Samu, enquanto a mãe procurou a mãe da vítima.