Governador critica calamidade financeira de Chapada: "não pode ficar fazendo festa"
Para à imprensa, prefeito Osmar Froner disse que eventos tem sido alternativa para manter economia aquecida
Por ALLAN PEREIRA
Da Redação
O governador Mauro Mendes (União Brasil) rebateu a informação de que o prefeito de Chapada dos Guimarães, Osmar Froner (MDB), planeja decretar situação de calamidade financeira por conta dos bloqueios no trecho do Portão do Inferno na MT-251.
"Olha, o prefeito Chapada não pode decretar calamidade financeira e ficar fazendo festa, né?", disse de forma seca à imprensa, na segunda-feira (4).
Por conta da seca e das fortes chuvas que caíram na região desde o ano passado, se iniciou um processo rápido de erosão de sedimentos e rochas dos paredões da escarpa e também do precipício. Foram três deslizamentos desde o começo de dezembro passado. Desde então, há registro diário da queda de pequenos sedimentos, além de rachaduras no viaduto sobre o precipício.
Os bloqueios na MT-251, que ocorrem em períodos de chuva, são para garantir a segurança dos condutores de veículos.
Conforme publicado pelo Midiajur, estudos e comunicações trocados entre a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e de outros órgãos indicam a ciência do alto grau de risco de deslizamentos e quedas de blocos de rocha há 16 anos.
Para a imprensa, Osmar Froner afirmou que a economia de Chapada está abalada, além de apontar que o bloqueio prejudica o trânsito de produtos alimentícios e de universitários para Cuiabá.
"Estamos perdendo turistas. A economia está abalada. Vou ter uma reunião com grande parte dos comerciantes para tratar dessa situação econômica e social. [...]. Nós vamos amanhã, quem sabe, decretar uma situação de emergência, bastante rara, por causa dos bloqueios", disse.
Uma pesquisa da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Chapada apontou uma queda de 60% a 90% nas vendas de bares e restaurantes, quando a MT-251 é totalmente fechada por causa das chuvas, na primeira quinzena de janeiro. Não houve a divulgação de novas pesquisas desde então.
O prefeito afirmou que os eventos têm sido uma alternativa de manter a economia da cidade aquecida. Ele citou que prolongou a autorização de um circo por mais uma semana e destacou outros eventos futuros, como uma corrida, festas juninas e o festival de Inverno. "Cabe a nós, mesmo com esse momento crítico no Portão de Inferno, de buscar alternativas para as pessoas ganharem seu dinheiro", declarou.
"Minha cidade é pequena e precisa dessa economia. tem muita gente que trabalha de hotelaria, restaurante e casas de veraneio. Os trabalhadores começam a ser dispensados. Esse reflexo vem na prefeitura".
Osmar ainda destacou que 5 mil, dos 19 mil habitantes de Chapada, dependem da assistência social. "É uma cidade bela, um lugar majestoso e encantador, mas que precisa do apoio social e do combate a vulnerabilidade", pontuou.
Questionado pela imprensa, o governador respondeu não fazer sentido o anúncio do prefeito de Chapada. "Se você está em calamidade financeira, você não faz festa", disse. Mauro disse também que o prefeito deveria focar em sanear as contas ao invés de realizar as festividades.