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Líder indígena é ameaçada de morte em luta por demarcação de terras

Líder indígena é ameaçada de morte em luta por demarcação de terras

Viúva de Santiê Tapuya, Márcia assumiu há cinco anos a liderança pelos direitos do povo originário no local

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O avanço dos interesses do grande capital no país segue a pleno vapor no país. A mais nova prova disso são as ameaças de morte sofridas pela líder do Santuário dos Pajés Márcia Guajajara por conta da especulação imobiliária em relação à demarcação das terras da aldeia na região, em Brasília.

Viúva de Santiê Tapuya, Márcia assumiu há cinco anos a liderança pelos direitos do povo originário no local. No entanto, de lá para cá, são frequentes as intimidações que sofre. O processo se recrudesceu após o acordo judicial para delimitação da área reservada aos indígenas.

“Aquele santuário tem 47 anos de luta. Nós conseguimos a demarcação com o Ministério Público Federal e todos os órgãos aqui do DF, só que a gente vem sofrendo ameaças de morte. Na semana passada eu sofri uma ameaça muito forte, mas não cheguei a denunciar. Agora na segunda-feira, começaram as máquinas do governo a entrar para fazer a demarcação, cercar nossa área que a gente ganhou legalmente na justiça, só que o santuário é uma área onde os empresários e outras comunidades não aceitam uma demarcação porque vale muito dinheiro”, lembrou.

As mensagens de advertência têm origem até em tribos vizinhas, que não concordam com a limitação do terreno e sofrem o lobby da bancada ruralista no Congresso Nacional.

“Eles pedem indenização do governo e o governo não dá porque o meu marido foi fundador da área do Santuário dos Pajés e a minha luta é a dele. Nós ganhamos na Justiça com o Ministério Público Federal e tudo, mas só que as outras pessoas não querem sair sem ter lucro”, alertou Márcia.

Aqueles que são contrários à demarcação das terras ameaçaram até atear fogo nos profissionais que tentam efetivar a medida judicial na região. A líder da tribo sequer consegue permanecer em sua residência.

“Hoje estou falando com você fora da minha casa, fora da área do Santuário dos Pajés porque não posso ficar lá, para minha segurança. Eu virei um troféu pra eles. A gente tem até um documento que a Funai mandou que eles não eram nem para estar mais brigando porque o santuário ganhou a terra e eles também ganharam outra área, só que continuam. Agora as ameaças são reais”, disse a indígena.

POR: Programa Faixa Livre/ DF

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