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Família de sargento morto em batalhão de MT divulga ata de 2022 revelando que policial já havia falado sobre atritos com colega: 'vontade de matar'

Família de sargento morto em batalhão de MT divulga ata de 2022 revelando que policial já havia falado sobre atritos com colega: 'vontade de matar'

Documento é de 13 de outubro de 2022 e revela que os militares já tinham discutido por diversas vezes por não concordarem com o comportamento um do outro. Willian Ferreira foi morto a tiros dentro do refeitório da unidade policial em que trabalhava.

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Uma ata divulgada pela família do sargento da Polícia Militar, William Ferreira Nascimento, de 42 anos, nessa segunda-feira (30), aponta que o também sargento, Gabriel Castella, de 34 anos, já havia dito ao comandante da unidade, Cristyano Cássio, que 'teve vontade de matar' o sargento Willian e também de se matar.

Willian foi morto a tiros dentro do refeitório da unidade policial em que trabalhava. O caso ocorreu em 21 de outubro em São José do Rio Claro, a 325 km de Cuiabá. No dia seguinte após a morte, o sargento Gabriel foi encontrado morto. A suspeita é de suicídio.

Em nota, os familiares de Willian disseram que o objetivo da divulgação da ata visa o esclarecimento dos fatos "para preservar o respeito à memória sargento e também proporcionar paz e tranquilidade para os familiares".

O documento é de 13 de outubro de 2022 e revela que os militares tinham atritos por não concordarem com o comportamento um do outro. Na ata também dizia que o tenente-coronel Cristyano havia convocado uma reunião para tentar resolver a desavença entre os envolvidos.

De acordo com o registro, uma das questões que contribuía para a hostilidade entre ambos seria um suposto rumor que Gabriel teria dito que Willian queria 'comandar o quartel'. Além disso, os militares já haviam se desentendido por causa da cautela de um fuzil, no entanto, não há detalhes sobre o motivo da briga por causa do armamento.

Gabriel adicionou que, de fato, criou uma mágoa em relação a William, e que, no dia da desavença do fuzil, teve vontade de matar William e, inclusive, teve vontade de se matar. Adicionou que ficou cinquenta dias digerindo a situação, necessitando de atendimento psiquiátrico e medicação, vez que ficou muito nervoso”, consta no documento.

É apontado no documento que Gabriel relatou que se arrependia do que tinha falado, pois, segundo ele, estava em surto nervoso, que resultou na necessidade de atendimento médico especializado. O tenente Cristyano reconheceu o estado mental do militar e recebeu o atestado médico do policial.

A reunião foi finalizada pelo tenente após todos os envolvidos darem por encerrado as razões que motivaram o encontro.

Entenda o caso

Gabriel Castella foi preso dentro da cozinha do refeitório da unidade em que ambos trabalhavam. Uma guarnição foi até o local e o autor dos disparos ainda estava na cozinha e com a arma na mão.

De acordo com o comandante-geral da PM, Alexandre Mendes, um desentendimento entre os sargentos, envolvendo acusações de assédio, teria motivado os disparos feitos por um deles.

William foi encaminhado ao Pronto Socorro do município, mas morreu na unidade.

A Corregedoria da Polícia Militar de Mato Grosso informou por meio de nota que um inquérito já foi instaurado para apuração dos fatos. A arma do sargento foi apreendida.

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